Nosso trio nasceu em 18 de abril de 2014.
Mas, para mim, um dia tão relevante quanto o do nascimento é o da chegada dos
meninos em casa: 9 de maio, após 21 dias de UTI neo-natal. Era uma sexta-feira
e, pela manhã, ainda na recepção da maternidade, os coloquei pela primeira vez
nos bebês-conforto. Tive alguma
dificuldade, e a enfermeira me perguntou: “Papai não treinou antes?” Sim, eu tinha treinado. Mas nos treinos o boneco não se mexia nem chorava. Bem
diferente do Henrique, do Eduardo e do Gustavo.
Conosco no trajeto
Laranjeiras-Copacabana – um dos mais longos que já dirigi na minha vida! – estavam
as avós. Em casa, vovôs, a titia e a babá, que folgaria naquele
final de semana. Para a primeira noite em claro, ficaríamos sozinhos, com a
obrigação de acordá-los para alimentá-los de três em três horas, o que, até então, era feito por uma extensa equipe de enfermagem.
O período na UTI foi bem
desgastante psicologicamente. Ao nosso lado, víamos casos complicados, que nos
faziam agradecer o fato de os três terem nascido saudáveis e estarem ali
apenas para ganho de peso. Todos os dias eu verificava quantos gramas eles tinham
engordado, na esperança de que os três atingissem
o peso determinado para a liberação. Henrique estava próximo e poderia até ter
saído antes, mas, para facilitar nossa logística, esperou os irmãos por alguns
dias. Eduardo havia nascido com o menor peso, mas mamava e dormia bem,
evoluindo rapidamente. Quem deu mais trabalho foi o Gustavo, que teve
dificuldade em sugar, regredindo na alimentação e precisando inclusive do apoio
de uma fono.
Naquele período de expectativa no
hospital, enquanto fazia o máximo para que pudéssemos ter a família reunida em
nossa casa, escrevi uma carta para os três, na esperança de que num futuro breve
eles entendam um pouco como foi esse período e o que desejei a eles desde o
momento em que soube que viriam juntos.
“Meu amigão,
No momento em que escrevo você
tem apenas 15 dias e estamos lutando juntos para que tenha condições de ir para
casa. É que você veio pequenininho. Teve de dividir espaço e alimento com seus
irmãozinhos e não pôde crescer o suficiente. Papai e mamãe sempre sonharam em
ter um bebezinho e – que surpresa! – você não quis vir sozinho. Foi um susto.
Você e seus dois irmãozinhos, juntinhos, na barriga da mamãe. Que felicidade e
que desafio recebemos ao mesmo tempo. Era uma situação delicada. Mas pela saúde
desse trio não poupamos esforços. Fizemos o que foi possível. Mamãe foi
heroica, e vocês responderam muito bem. Nasceram com saúde e disposição.
Agora é aqui fora. Nesta etapa, até
respirar e se alimentar parece difícil. É só uma amostra do que é a vida. São
muitas as batalhas. Você não se lembrará de como foi duro este início. Mas
tenho certeza de que fará toda esta luta valer a pena. Estarei pronto para
ajudar em tudo.
Espero que você esteja sempre ao
lado dos seus irmãos nessa jornada maravilhosa que é a vida. Faça deles seus
melhores amigos. Lembre-se que separados você pode ser apenas um entre bilhões
no mundo, mas junto a eles sempre se tornará especial.”
Faltou mão para segurar os três!
Henrique já tinha pose de rei!
Eduardo esperava ansiosamente a mamadeira.
Gustavo só queria saber de dormir.
Reunidos em casa.
Amo
ResponderExcluirComo é bom ler e relembrar esses momentos iniciais da vida dos pequenos...melhor ainda é olhar pra eles 2 anos depois e saber que estamos no caminho certo. Que eles estão aí bem e felizes e que fomos e seremos sempre parte disso. Beijos da titia Evelyn e do tio Iu.
ResponderExcluirTer vocês por perto nos motiva!
ExcluirQue linda história, emocionante ler e ver de perto como crescem e como são alegres esses pequenos.
ResponderExcluirBem de perto! Obrigada por tudo!
ExcluirTive a felicidade de vivenciar tudo isso.Momentos inesquecíveis...Amo demais esse trio.
ResponderExcluirSim, e juntos vamos caminhando, mãe!
ExcluirAviso! Este blog não é recomendado para leituras em viagens, longe da família.
ResponderExcluirHahaha! O post de quarta pode ser lido em viagens numa boa. Aguarde. rs Bjs e obrigada por nos acompanhar!
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