quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Sobre o tempo

Por volta dos 10 meses de idade, os meninos gostavam muito de assistir ao DVD “Música de Brinquedo”, do Pato Fu. Talvez tenha sido nosso primeiro programa em família, pois o show prendia a atenção deles e nos agradava também. Nas primeiras frases da música “Sobre o Tempo”, sempre lembrávamos como a nossa noção da passagem dos dias havia se alterado desde o nascimento dos trigêmeos. “Tempo, tempo, mano velho, falta um tanto ainda, eu sei, pra você correr macio...”

Muitas vezes, ao encontrarmos alguém que não víamos havia alguns meses, ouvíamos a frase: “Como eles estão grandes. O tempo passa rápido!”. Aquilo não fazia o menor sentido para nós. Não, o tempo não passa rápido quando se está cuidando de três bebês ao mesmo tempo. Como disse um amigo nosso quando os meninos tinham poucos meses, “O tempo nessa fase só passa rápido para quem está de fora”.

Desde o primeiro momento com as crianças em casa, passamos a entender que, ainda que os dias continuassem tendo 24 horas, precisaríamos de um sistema de revezamento para chegar ao final deles em condições razoáveis. Nos primeiros meses, devido à prematuridade, foi necessário manter as mamadeiras de três em três horas mesmo de madrugada. O problema é que até o último bebê acabar de mamar e pegar no sono, o primeiro já estava quase na hora de acordar. E assim tínhamos a impressão de que a madrugada durava uma semana.

A sensação de lentidão dos dias só amenizou quando os meninos começaram a ir para a creche, fator crucial na retomada de certa normalidade na nossa vida (digo “certa” porque a adaptação e a baixa imunidade faziam com que voltassem muitas vezes para casa). Mas, para mim, o grande marco foi o aniversário de 2 anos, quando tive a percepção de que eles estavam entendendo e se comunicando melhor e se inserindo bem na rotina que criamos.

Hoje, os meninos já são capazes de passar algum tempo sentados juntos assistindo na televisão a um desenho que eles mesmos escolheram. Ou brincarem separadamente, cada um num canto da sala. E – estamos entrando nessa fase agora – brincarem juntos de pique-pega, bola ou carrinhos. Outra coisa que melhorou demais é que agora, mesmo que por alguns minutos, já é possível controlá-los com uma pessoa apenas, permitindo que outras consigam fazer atividades relevantes, tipo ir ao banheiro ou tomar um banho.

Enfim, estamos conseguindo respirar um pouco e curtir a evolução dos meninos. Brincar com eles têm sido muito prazeroso, e ouvir as pérolas dos três é divertidíssimo. Temos certeza de que, a cada dia que passa, esses momentos estarão mais presentes em nossa vida.  “Vai, vai, vai... Tempo amigo, seja legal. Conto contigo...”.


Momento raro de calmaria nos primeiros meses


Sinfonia de choro!


Mais uma!


Comportados no aniversário de 2 anos


Pintando quadrinhos em casa


Picolé na pracinha